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Agora, vamos para o conteúdo!
Você é gestor em uma indústria de papel, aço, vidro, plástico ou papelão e está se perguntando: “A reforma tributária federal finalmente saiu – mas na prática, o que isso muda para minha empresa nos tributos IPI, PIS e COFINS?”

Minha função como advogada tributarista é traduzir a lei, que muitas vezes parece um texto fechado, para impactos reais no caixa da empresa, na rotina do fiscal e nos riscos de autuação. Por isso, reuni neste artigo os pontos em que sua decisão pode (e vai) fazer diferença ao adaptar a empresa ao novo cenário, inclusive para evitar prejuízos com autos de infração e planejar um uso estratégico de créditos federais.

O Fim do Cipoal: De Muitos Tributos ao IVA Dual

Hoje, sua empresa lida com várias siglas federais:

  • IPI: incide sobre produção/industrialização
  • PIS/COFINS: atingem praticamente tudo que entra (receita, vendas, serviços, até estoque)

A partir de 2026 e com fase de adaptação até 2032, parte considerável dessas siglas será substituída pela CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), um imposto calcado na lógica de IVA europeu.

Principais impactos para sua indústria:

  • Unificação do cálculo: a apuração será mais simples, integrando regras do PIS/COFINS e grande parte do IPI. Isso reduz controles paralelos, minimiza erros e facilita o fechamento mensal do fiscal.
  • Menos obrigações acessórias: muitas declarações redundantes vão desaparecer. Mas atenção: vai aumentar a exigência por documentação digital sem erros no cadastro de fornecedores e produtos.
  • Crédito fiscal mais amplo: industrial agora pode tomar crédito de insumos, energia, fretes — e até algumas despesas administrativas, desde que relacionadas à produção e com documentação adequada.


Exemplo Prático

Uma indústria de vidro que investe em automação e energia consegue, com a CBS, aproveitar mais crédito tributário por período do que costumava com o regime antigo de PIS/COFINS — desde que mantenha cadastro detalhado e siga a rastreabilidade digital. Se não houver controle, pode perder o benefício e receber autuação.

IPI: O Que Fica, O Que Muda

O IPI, em sua versão antiga, tende a desaparecer para a maioria das indústrias que não operam com produtos considerados negativos à saúde e ao meio ambiente. Por outro lado, uma parcela migrará para o novo Imposto Seletivo.

Oportunidade:

Indústrias de papel reciclado, vidro reaproveitado ou plástico retornável tendem a ser menos impactadas pelo Imposto Seletivo, comparado a segmentos como bebidas ou cigarros. Isso pode ser estratégico para imagem e para o custo tributário.

PIS/COFINS: Mais Simples, Mas Mais Fiscalizado

Sai o emaranhado de regimes (cumulativo, não cumulativo, monofásico, etc).
Entra apuração única, com ajuste automático, e todos os créditos e débitos lançados em tempo real.

  • Se hoje já há sofrimento com solicitações de esclarecimento do fisco, saiba que a Receita Federal vai usar BI e IA para apontar micro inconsistências automaticamente.
  • Ou seja: o crédito será mais fácil de usar, mas um erro na classificação pode custar caro em autos de infração e demandas administrativas.

     

    E Agora? O Que Fazer na Prática

Passos para a Indústria de Médio/Grande Porte:

  1. Mapeie suas principais despesas: energia, logística, insumos. Veja o que muda na CBS.
  2. Revise contratos para fornecedores: classifique corretamente NCM e tributações. Contratos antigos podem ocultar riscos na transição.
  3. Aperfeiçoe controles digitais: invista em sistemas (ou no mínimo, cursos atualizados para sua equipe de fiscal/jurídico) para que não haja perda de créditos.
  4. Simule a apuração híbrida: a Reforma prevê fase de transição. Simule mensalmente o resultado pelo regime novo e antigo — isso revela oportunidades de caixa e onde enxugar riscos rapidamente.
  1. Riscos de Autuação: O Que Mais Gera Problema
  • Classificação inadequada de insumos: Errar o que é insumo para tomar crédito pode gerar autuações altas. Chame sempre o jurídico para decisões sensíveis.
  • Misturar créditos antigos e novos: O controle deve ser separado. Na dúvida, não aproveite sem respaldo técnico.
  • Descuido documental: A nova fiscalização será quase automática. Nota errada, crédito perdido, risco de multa!
  1. Planejamento Tributário Consciente

O melhor planejamento é o baseado em realidade: avalie perfil de consumo, gargalos logísticos e pontos críticos (ex: empresas do setor de aço que compram sucata devem atualizar laudos e comprovar processo para não perder benefícios).

  1. Conclusão: Ser Informação, Não Surpresa

Quem age na frente, documenta direito e treina equipe, transforma a reforma em ganho concreto — seja via mais crédito, menos autuação, ou melhor imagem de sustentabilidade.


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Referências

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Regiane Esturilio

OAB-PR Nº 27.100
✔Associada ao IDT – Instituto de Direito Tributário.
✔Mestre em Direito Econômico e Social
✔Especialista em Direito Tributário

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